Um bom sinal de que o ano de fato começou, é a safra do limão. Ela se inicia em janeiro, atingindo seu clímax em março. E é com toda essa abundância, que começo a me lembrar da minha infância. Infância essa que foi escassa de muita coisa, mas abundante em frutas silvestres e de época, entre elas o limão capeta.
Hoje temos muitas variedades de limão, mas naquela época o limão predominante era o limão rosa, ou, para muitos, limão capeta. Este é selvagem ao extremo. Encontrado em pastagens, alto de serras, beiradas de brejo e até em mata fechada. Esse sim, é um fruto criado por Deus. E é ele, o limão capeta, que embala minhas lembranças.
São inúmeros os benefícios do limão, poderia passar horas descrevendo. Mas prefiro falar dele de uma forma amorosa e com muita gratidão. Tenho certeza que vocês vão concordar comigo, acho que não existe quem não goste dele, ou que em algum momento não o tenha usado para qualquer fim.
A versatilidade do limão
Aqui na Mazé Doces, além dos doces (casquinha, compota ou recheado com doce de leite), usamos o limão para acidificar os doces de abóbora, as bananadas, goiabadas e para limpar tachos de cobre. É muita utilidade para uma frutinha só!
Eu amo limão, uso diariamente, para temperar pratos, saladas e também bebo água com limão todos os dias. Mas limonada não! Essa não bebo de jeito nenhum, pois essa é a lembrança que não gosto da minha infância. Lá na roça esse era o nosso suco oficial, pois a safra do limão era longa, e na beirada dos brejos o limoeiro dava o ano inteiro. Por não termos energia elétrica e muito menos liquidificador ou geladeira, essa era a única forma de tomar um suco naquela epóca.
O que complicava era que muitas vezes o suco era adoçado com garapa, melado ou rapadura e combinado com o nosso tradicional papo suado (uma mistura de fubá com rapadura, cozido lentamente em uma panela de ferro, com só um pouquinho de água, de maneira a suar a mistura, que se tornava um bolo de fubá não muito belo, mas delicioso). Certa vez exagerei, comi muito papo suado, e passei mal, por esse motivo culpo a limonada e a renego!
Nada como a ação do tempo
Mas o tempo passou, a vida mudou! O limão, encheu minha vida de abundantes sabores e saberes, que alegram meu paladar e de todos que experimentam nossas delícias. Ultimamente tudo por aqui cheira às nuances e encantos do limão. É engraçado como em cada fase do preparo do limão o cheiro é diferente, mas nunca perde a característica principal, a sua essência, de dar vida e realçar o sabor dos alimentos!
Dada tanta importância a esta fruta azedinha, nada poderia ser mais emocionante e feliz do que visitar na safra do limão, a plantação de limões do nosso fornecedor Lucinei, na Fazenda Buracão.
Como se não bastasse, na visita me deparei com uma imensidão de flores de açucena (que é uma grande paixão em minha vida), estavam bem ao lado da lavoura. Não me contive, encantada, colhi algumas para perfumar minha casa!
Nossa profunda gratidão ao limão, e aos nossos fornecedores de limão Galego e Taiti, aqui representados pelo Lucinei. Sem deixar de citar a Luzia, que carinhosamente cuida dos seus pés de limão Galego, e assim nos fornece com muita alegria todos os anos, para a produzirmos nossas deliciosas compotas de limão galego. Nossa sincera gratidão por eles, que suas vidas sejam abundantes, duradouras e felizes, como um pé de limão! Ou melhor, como um pé de Limão Capeta!
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